
Uma semana após encontrarem os corpos dos quatro homens que estavam desaparecidos em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, a Polícia Civil segue à procura de Antônio Buscariollo e Paulo Buscariollo, foragidos por envolvimento na morte desses homens. Duas pessoas estão presas por suspeita de envolvimento no crime.
De acordo com a polícia, um deles estava com o carro que foi apreendido e que já pertenceu aos Buscariollo. O outro é investigado por fornecer as armas usadas na emboscada para Alencar Gonçalves de Souza, Rafael Marascalchi, Robishley Hirnani e Diego Henrique Afonso.
Declarações de óbito apontam causas das mortes
As declarações de óbito de Rafael, Robishley e Diego apontam para as mesmas causas das mortes: traumatismo crânio encefálico, politraumatismo e disparo de arma de fogo. Ferimentos típicos em caso de tortura.

Para Josiane Monteiro, advogada que representa as famílias de Rafael e Robishley, os quatro desaparecidos em Icaraíma não foram mortos na emboscada.
“Temos certeza que eles não morreram no momento da emboscada. Que a emboscada aconteceu não temos dúvida, as evidências estão claras com as marcas na Fiat Toro. Os traumas demonstrados pela perícia mostram que essas pessoas não morreram naquele momento”, disse a advogada.
Apesar desses laudos indicarem os ferimentos que provocaram as mortes das vítimas, o Instituto Médico Legal (IML) ainda não respondeu a data exata em que os quatro homens que estavam desaparecidos em Icaraíma morreram.
Caso dos desaparecidos em Icaraíma: polícia tenta encontrar foragidos
O foco da polícia do Paraná está em descobrir o paradeiro da família Buscariollo. Antônio e Paulo Buscariollo segue com os mandado de prisão em aberto por homicídio, apontados como os principais suspeitos neste caso.
A localização dos corpos foi no dia 19 de setembro, 45 dias depois do desaparecimento dos quatro homens em Icaraíma. Uma semana antes, a camionete usada por eles já havia sido encontrada enterrada na mesma mata. Marcas de tiros e de sangue foram constatadas.

Defesa dos Buscariollos reforça inocência
O advogado Renan Farah, representante de Paulo Ricardo Buscariollo e Antônio Buscariollo, afirmou que a defesa dos foragidos está satisfeita com o caminhar das investigações da morte dos cobradores desaparecidos em Icaraíma.
“Veja, já se falou lá atrás que as vítimas tinham sido alvejadas a tiros de frente na Fiat Touro. E agora o laudo do corpo está demonstrando que houve traumatismos antes. Então, necessariamente houve uma certa tortura, um cárcere e depois a morte, e depois enterraram eles. Veja por que eu estou satisfeito com isso, né? Não sou nenhum cara mórbido ou sádico. A questão é que os meus clientes não estavam em Icaraíma quando tudo isso aconteceu. Eles já tinham saído de lá, eles já tinham prestado depoimento em delegacia, já tinham sofrido as ameaças e por isso fugiram”, disse Farah.
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