
Ao contrário do que vem sendo divulgado, Alencar Gonçalves de Souza não vendeu, mas comprou a propriedade rural de Antonio Buscariollo, no distrito de Vila Rica do Ivaí, em Icaraíma. O negócio envolvia um sítio de cinco alqueires, pelo valor de R$ 750 mil. Alencar pagou R$ 255 mil à vista e financiaria o restante por meio de empréstimo bancário.
O negócio foi fechado em setembro ou outubro de 2023, meses depois da morte da mãe de Alencar, fato que devastou toda a família, que sempre se mostrou muita unida. O objetivo do icaraimense, reconhecido como muito trabalhador, era abandonar os arrendamentos de terras.
Ao contrário do que vem sendo divulgado, Alencar Gonçalves de Souza não vendeu, mas comprou a propriedade rural de Antonio Buscariollo, no distrito de Vila Rica do Ivaí, em Icaraíma. O negócio envolvia um sítio de cinco alqueires, pelo valor de R$ 750 mil. Alencar pagou R$ 255 mil à vista e financiaria o restante por meio de empréstimo bancário.

O negócio foi fechado em setembro ou outubro de 2023, meses depois da morte da mãe de Alencar, fato que devastou toda a família, que sempre se mostrou muita unida. O objetivo do icaraimense, reconhecido como muito trabalhador, era abandonar os arrendamentos de terras.
Financiamento foi negado
O financiamento, no entanto, foi negado. Tido como honesto, assim como sua família, Alencar precisou devolver a propriedade, e as partes passaram a discutir os termos do distrato. Depois de várias conversas, chegaram a um acordo: Antonio devolveria os R$ 255 mil em dez parcelas de R$ 25 mil.
Como compensação pelo tempo de uso do sítio, Alencar abriria mão das benfeitorias feitas, como reforma de pastagens, instalação de cercas, porteiras e abertura de carreadores, e também pelo uso do lugar para a criação de gado.

Notas promissórias
As parcelas foram formalizadas em notas promissórias emitidas em nome de Carlos Eduardo Candido Buscariollo, filho de Antonio e, pelo que consta, residente no interior paulista. Foi a partir do descumprimento desse acordo que começou a escalada de conflitos.
Com o atraso nos pagamentos, Alencar passou a cobrar Antonio com frequência. Para tentar recuperar o valor, recebeu a indicação de um cobrador conhecido neste tipo de situação: Diego Henrique Afonso, de Olímpia (SP). Não se sabe quem fez essa indicação.
Alencar resolveu contratar cobradores
Alencar e Diego fecharam o negócio e combinaram um percentual no caso de sucesso da cobrança, que seria de 10% a 15% em cima dos R$ 255 mil, algo pequeno diante do histórico de operações do cobrador.
Diego então chamou os amigos da cidade vizinha de São José do Rio Preto, Rafael Juliano Marascalchi e Robishley Hirnani de Oliveira, ambos experientes em cobranças, para acompanhá-lo até o Paraná.
Rafael viajava a contragosto da esposa, que lhe pedia para não se envolver. Ele já tinha acumulado dinheiro suficiente para viver com tranquilidade e aguardava a chegada da segunda neta.

Casa em Icaraíma
A investigação aponta que Antonio chegou a mostrar uma casa em Icaraíma como forma de quitar a dívida, mas Alencar não aceitou. O suspeito teria, então, marcado uma nova reunião com Alencar e os cobradores na manhã de terça-feira, 5 de agosto. O encontro seria em outra propriedade, de menor porte, supostamente para encerrar a pendência.
Foi nesse local que a polícia encontrou indícios de um tiroteio intenso: cápsulas de cinco calibres diferentes, inclusive fuzil e pistola .45, espalhadas pelo chão e marcas de disparos em árvores. A principal linha de investigação é que os quatro homens tenham sido assassinados ali, em plena luz do dia, entre 11h30 e 13h15.
Cobrança de Alencar mudou de direção
Desde então, a cobrança mudou de direção. Antonio Buscariollo e seu filho mais novo, Paulo Ricardo Buscariollo, são agora cobrados pela Justiça. Ambos têm prisão preventiva decretada e são apontados como os principais suspeitos do crime.
A defesa nega qualquer envolvimento e evita usar a palavra “morte”, alegando que, sem os corpos, não há confirmação oficial dos assassinatos. Há ainda registro de uma mensagem enviada do celular de uma das vítimas pouco depois do meio-dia do dia 5, mas a suspeita é de que tenha sido escrita por um dos criminosos, na tentativa de despistar as investigações.
O caso, que começou como um negócio rural de médio valor, terminou em um dos episódios mais violentos e misteriosos já registrados na região noroeste do Paraná, com repercussão nacional.
O Bemdito