O funcionário se apresentou à delegacia na tarde desta terça-feira (11)
O suspeito de praticar racismo contra a professora Isabel Oliveira, de 43 anos, que ficou seminua em protesto a uma suposta agressão sofrida em um supermercado da rede Atacadão (grupo Carrefour), se apresentou à delegacia nesta terça-feira (11). De acordo com a delegada Camila Cecconello, de Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o funcionário do estabelecimento negou ter perseguido a educadora no último sábado (8).
Cecconello disse à Banda B que o funcionário alegou que atua no mercado como uma “espécie de faz tudo”, auxiliando clientes que possuem dúvidas sobre produtos, além de conferir se os itens estão aptos à venda e analisar se há “supostos casos de furtos dentro do mercado”.
Em relação a Isabel, o funcionário disse que não havia a visto até o momento em que ela o abordou e perguntou o porquê de “estar sendo perseguida”.
Então, segundo o depoimento que ele prestou aqui na data de hoje, ele relatou que estava no corredor central e que passou de um canto para outro, cruzou todo o corredor central e foi até o final dele, onde ficou parado. Ele disse que, neste momento em que estava parado no final do corredor central, viu a vítima pela primeira vez. A vítima teria se aproximado com o carrinho, andando rápido em direção a ele. Ele alega que, quando viu a vítima se aproximando, achou que ela perguntaria algo sobre o mercado, mas que ela perguntou o porquê de estar sendo perseguida. Segundo o depoimento que ele prestou aqui na data de hoje, ele disse que não tinha visto a vítima e nega que tenha perseguido ela dentro do mercado.
Ainda conforme a polícia, a rede de supermercados forneceu as imagens de quase 20 câmeras do circuito interno. O setor de de proteção aos vulneráveis e a inteligência da Polícia Civil irão analisar os vídeos e buscar montar um relatório explicando como aconteceram os fatos.
Além disto, outras testemunhas serão ouvidas pelos investigadores. A previsão da polícia é que o inquérito seja finalizado após a análise completa das imagens.
Relembre o caso
O ato de protesto protagonizado pela professora foi registrado em um supermercado da rede Atacadão, no último sábado (8), no bairro Parolin, em Curitiba. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que ela tira peças de roupas e fica seminua para continuar fazendo compras (assista abaixo).
Ela alegou que foi seguida por um segurança do estabelecimento e, horas depois, decidiu retornar ao local apenas de calcinha e sutiã. “Sou uma ameaça?”, escreveu a professora em seu corpo.
“Fui tratada como se fosse uma marginal, fiquei sendo seguida pelo segurança do supermercado por mais de meia hora. Isso não pode ser normal”, denunciou em vídeo, aos prantos.
O que diz o Carrefour
Em nota, o Carrefour informou à Banda B que não tolera “qualquer tipo de racismo” e que irá apurar o caso. Afirmou também que o segurança apontado por Isabel seguirá afastado até a conclusão da apuração. Veja a nota na íntegra abaixo:
O Grupo Carrefour Brasil está completamente comprometido com uma total transparência e segue postura de tolerância zero contra qualquer tipo de racismo.
A companhia abriu apuração interna sobre o caso e suspendeu o funcionário indicado pela senhora Isabel durante esse período de investigação. Imagens internas das câmeras da loja serão disponibilizadas às autoridades, Carrefour Brasil.
Fonte: Banda B
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15 de outubro de 2024