O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem questionado abertamente forte desconfiança mútua na relação com os militares. Começou com a transferência da segurança presidencial para a Polícia Federal, retirando a atribuição do GSI.
Os comandantes militares reiteram, em conversas particulares e pronunciamentos públicos, que respeitam a hierarquia e, por isso, sempre cumprirão as ordens do comandante e chefe das Forças Armadas, que constitucionalmente é o Presidente da República.
Todavia, o presidente Luiz Inácio não se mostra totalmente convencido, apontando que o grau de politização entre os militares possibilita que ordens possam não ser respeitadas, como a determinação para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Foi o que aconteceu após os acontecimentos do último domingo, 08. O governo buscava encerrar no mesmo dia o acampamento em frente ao QG do Exército, mas temia-se que uma ordem direta poderia não ser atendida.
Diante de possível estremecimento na relação, prevaleceu o compromisso de se desfazer o acampamento no dia seguinte, segunda, 09, após a saída de parentes de oficiais também acampados no local.
O ministro da Defesa José Múcio Monteiro tem assumido o papel de interlocutor entre as partes, aparando arestas e buscando a conciliação, mas a desconfiança persiste.
Fonte: Hora Brasília