Menina de três anos foi levada no fim da tarde da última quinta-feira (11)
A mãe acolhedora Marta Santos falou sobre a pequena Ágata Sofia Saraiva de três anos e o rapto da criança na última quinta-feira (11), no bairro Santa Cruz em Cascavel. Essa é a sexta criança que Marta presta auxílio.
Conforme Marta Santos, ela ainda não recebeu nenhuma informação sobre o paradeiro da menina e apenas informam que estão investigando o caso.
“A sua filha ser tirada de você, assim da maneira que foi e você não ter notícia nenhuma se ela está comendo, se ela está bebendo, se ela está dormindo direito, se alguém está cuidando dela. eu na verdade estou desde quinta-feira sem comer direito, sem dormir sempre no celular esperando uma notícia, uma novidade, mas infelizmente até agora nada”, explicou
Marta Santos como é a menina e que ela é querida por todos familiares e amigos que a conhecem.
“A Agata é uma menina, que se você conhecer, você vai se apaixonar pela Ágata. […] Ela é uma menina diferente, uma menina especial, iluminada por Deus, muito linda. Não digo só no físico, a cabecinha dela, ela é muito inteligente”, comentou.
A mãe acolhedora comentou sobre a rotina da pequena Ágata. A menina acordava cedo, tomava café, seguia para a escola, além de ter horário para dormir, saia com a família. Ela também comentou que a menina gosta de correr, brincar e que é muito ativa.
Marta ressalta que não escolheu estar com a criança, mas que foi escolhida para assumir a guarda provisória para cuidar dela.
“Eu não foi eu que tirei a Ágata da mãe, não fui eu. Foi o juiz que tirou, é o juiz que faz isso eu não faço. Eu apenas estava fazendo um favor para a Ágata e para a mãe dela, dando um lar, amor e carinho”, enfatizou.
Sobre a relação que ela tinha com a mãe biológica de Ágata, a mulher comentou que não tinha contato com ela e que essa situação é restrita. Agáta e a mãe tinham encontros semanais em uma casa de apoio onde o motorista da prefeitura pegava ela por volta das 9h30 e a devolvia por volta das 10h40/11h.
“Da minha parte eu sempre falava para ela, porque eles sempre me ligavam um dia antes e diziam ‘dona marta, amanhã a Ágata tem visita monitorada, 9h30 a gente passa pegar a Ágata’. Eu sempre falava para ela um dia antes ‘fia amanhã você vai ver a sua outra mãe, tanto que ela me chamava de mamãe Marta. Eu nunca tirei dela que ela tinha uma outra mãe, só não falava o nome da mãe dele, para ela poder chamar de mãe”, contou.
Já com relação ao rapto da criança, ela comenta que abriu o portão, desceu o carro na calçada para colocar mercadorias no porta-malas. No local estava o filho da mulher de 20 anos e a Ágata.
Na sequência, ela retornou para o interior do imóvel para pegar mais sacolas, quando a jovem chegou em um carro e levou a criança. O rapaz, que estava com o joelho operado, não conseguiu intervir na situação. Ela enfatizou que a menina não estava sozinha.
“Neste momento que eu virei as costas e cheguei na cozinha eu escutei meu filho gritando ‘mãe a Ágata’ nisso eu sai correndo porque ele falou ‘mãe roubaram a Ágata’ e eu vi tudo, eu e o meu filho. Ela não estava sozinha, eu corri e ainda consegui encostar a mão, chegar perto do carro, mas eles saíram tão rápido que a mãe da menina saiu com as pernas do lado de fora do carro, não tinham nem fechado a porta ainda”, explicou.
Com relação a possibilidade de adoção, ela diz que largaria tudo para poder cuidar da criança.
“Eu não posso adotar a Ágata por ser mãe acolhedora. Mas a minha intenção agora nesse momento é correr atrás disso. Agora que eu tenho certeza que o juiz não vai dar para a mãe biológica, porque o juiz não pode dar para mim? Se eu tiver que mudar toda a minha vida, minha rotina, se o juiz chegar hoje pra mim e falasse assim ‘Marta a Ágata é sua’, eu largaria tudo aqui e iria embora para outra cidade”, explicou.
Emocionada, ela deixa uma mensagem para a mãe biológica da menina.
“Para ela não pensar nela e nem em mim. Pensar no bem-estar da filha dela agora. Porque ela sabe que a filha dela não está bem, então que ela possa entrar em contato com qualquer pessoa que possa ajudar, entrega essa criança, liga para alguém, fala onde ela está”, afirmou Marta.
SOBRE O CASO
Conforme informado à reportagem, Ágata estava em frente a uma casa, quando foi levada em um Ford Focus. O veículo foi localizado na rua Raimundo Mascarello, no Loteamento Siena.
Na tarde de sexta-feira (12) o Ministério Público do Paraná pediu ao judiciário busca e apreensão de Ágata Sofia Saraiva.
Entre o fim da tarde e a noite de ontem, a Justiça determinou a prisão do casal suspeito de raptar a criança. Então, a partir de agora, os envolvidos são considerados foragidos da Justiça
O Poder Judiciário acatou o pedido de prisão solicitado pela Polícia Civil de Cascavel, que investiga o caso. Os mandados foram expedidos pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra À Mulher, da Vara de Crimes Contra Crianças, Adolescentes e Idosos.
Fonte: Catve