A Polícia Civil do Paraná (PCPR), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), desmontou um esquema que usava falsos carros oficiais para levar drogas em operações realizadas nas primeiras horas desta terça-feira (25). As equipes cumpriram 13 mandados judiciais — sete prisões preventivas e seis buscas e apreensões — nos municípios de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, no Paraná, e em Joinville, Santa Catarina.
A investigação teve início em junho de 2025, após a apreensão de 762 quilos de maconha em um Renault/Duster branco adulterado com identidade visual falsa da Polícia Científica do Paraná. O veículo fugiu da abordagem da PRF e foi abandonado após colisão na BR-277, em Balsa Nova. O caso revelou a existência de uma estrutura criminosa estável e hierarquizada, responsável por repetidos transportes ilícitos entre Foz do Iguaçu, Curitiba e cidades do interior.

Durante as apurações, a PCPR identificou ao menos cinco episódios de transporte de entorpecentes usando veículos adulterados. Somados, eles totalizaram mais de 1,4 tonelada de maconha e 150 quilos de cocaína. O primeiro ocorreu em abril de 2025, em Guarapuava, quando 562 quilos de maconha foram apreendidos em um carro com falsos sinais do Poder Executivo Federal, acompanhado por um veículo batedor.
Em maio, os suspeitos usaram um automóvel caracterizado irregularmente como viatura do Instituto de Criminalística para percorrer o trajeto entre Foz do Iguaçu e Curitiba. Já em agosto, a PRF apreendeu 153 quilos de cocaína e celulares em uma caminhonete com logotipos falsificados da Receita Federal, prendendo dois homens paraguaios em Guarapuava.
O caso mais recente ocorreu em 3 de novembro, em Assis Chateaubriand, quando mais de uma tonelada de maconha foi encontrada em uma caminhonete com placas falsas e sinais simulados da Itaipu Binacional.
De acordo com a PCPR, laudos periciais, imagens de câmeras de segurança, análises de dados e diligências de campo confirmaram que motoristas, financiadores e responsáveis logísticos atuavam de forma integrada, repetindo veículos, rotas e métodos — sinal de profissionalização do grupo criminoso.

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