
“Estou indo buscar ela agora.” Com essa frase emocionada, Alessandro Rosário avisou à reportagem do site OBemdito que sua mãe, Francisca Medeiros do Rosário, de 59 anos, estava recebendo alta hospitalar na tarde desta quarta-feira (4), duas semanas após o grave acidente ocorrido na rodovia PR-323, em Umuarama.
Francisca foi a última vítima a deixar o hospital entre os dez envolvidos na colisão registrada no dia 21 de maio, que envolveu uma ambulância de Cruzeiro do Oeste, um caminhão de Cianorte carregado com cimento e um VW Polo de Naviraí (MS).
Ela e o marido, Milton José do Rosário, de 65 anos, estavam na parte dianteira da ambulância, voltando de uma consulta oftalmológica em Umuarama. Milton, que havia superado um câncer quatro meses antes, morreu ainda no local do acidente.


Câmeras de segurança mostraram o momento em que o VW Polo tenta cruzar o trevo da PR-323 e é atingido pelo caminhão, que perde o controle, atravessa a pista contrária e colide com a ambulância.
Além de Milton, outras nove pessoas ficaram feridas, três delas com fraturas múltiplas. O motorista da ambulância ficou preso nas ferragens e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.
O trecho da PR-323 onde ocorreu o acidente, entre Umuarama e Cruzeiro do Oeste, é conhecido na região pelo alto índice de colisões. Motoristas que utilizam a rodovia diariamente declaram que o trecho é confuso.
Moradores e lideranças locais cobram há anos investimentos em infraestrutura para a duplicação da rodovia PR-323 com a instalação de dispositivos de segurança, como rotatórias e passarelas.
A tragédia de maio reativou a pressão por respostas do poder público. Enquanto isso, para Alessandro e sua mãe, o retorno para casa representa alívio em meio ao luto.
O Bemdito