
A advogada e influenciadora Suzana Ferreira surpreendeu os seguidores ao relatar em seu perfil no Instagram um caso pouco convencional: um casal entrou em disputa judicial pela guarda de uma bebê reborn — boneca hiper-realista que imita um recém-nascido. Segundo ela, além da posse do brinquedo, os ex-companheiros também querem dividir o controle das redes sociais da boneca que geram engajamento e como resultado, publicidade e lucro.
“A bebê reborn tem um Instagram, que a outra parte [do casal] também tem o desejo de ser administradora da conta, pois o perfil já rende monetização. Segundo ela, o Instagram da bebê deveria ser das duas pessoas. A conta é um ativo digital nos dias atuais, então também pode ser considerado como patrimônio”, explicou Suzana.
Pedido de regulamentação de “convivência”
Ainda de acordo com a advogada, a mulher procurou apoio jurídico para tentar impedir que a pessoa que é ex-companheira tivesse contato com a boneca, além de buscar a regulamentação do tempo de convivência com a “filha reborn”. A disputa envolve também questões como a divisão dos custos com o brinquedo e a partilha do enxoval criado para a boneca.

“Não é meme”, afirmou Suzana, deixando claro que o caso é real. Ela revelou ter ficado abalada com a situação: “A loucura da sociedade impacta diretamente na nossa profissão. São demandas reais”, escreveu. Ela também relatou que não teve “maturidade profissional para receber a demanda”.
O que é um bebê reborn?
Os bebês reborn são bonecas hiper-realistas que imitam com riqueza de detalhes a aparência de um recém-nascido. O fenômeno começou a ganhar força no Brasil nos anos 2000 e, com os avanços tecnológicos, os modelos foram se tornando cada vez mais realistas. Feitos com materiais como vinil e silicone, eles incluem detalhes como, por exemplo, veias, unhas, cabelo implantado fio a fio e até peso semelhante ao de um bebê real.
Nos últimos meses, essas bonecas voltaram a ser assunto nas redes sociais e em ferramentas de busca. Conforme dados da plataforma Google Trends, o interesse por bebês reborn atingiu picos no último ano, revelando a força desse fenômeno cultural e emocional. O maior nível de interesse foi registrado em dezembro e, em abril de 2025, o volume voltou a se aproximar do recorde.
Tendências e virais
De acordo com o mecanismo de busca, entre os temas mais procurados sobre bebê reborn no Brasil no último ano está o nome do padre Fábio de Melo. Em abril deste ano, o religioso visitou uma “maternidade de bonecas” nos Estados Unidos e “adotou” um bebê reborn com características de uma criança com síndrome de Down. A ação foi uma homenagem à mãe do padre, Ana Maria de Melo, falecida em 2021, aos 83 anos.
Do mesmo modo, outro tema que viralizou foi “parto bebê reborn”. A influenciadora Sweet Carol conquistou a internet com um vídeo em que encena o nascimento do boneco de forma extremamente realista. A gravação já ultrapassa a marca de 100 milhões de visualizações no TikTok.
A expressão “encontro bebê reborn” também se destacou entre as buscas. Em abril, um evento dedicado aos “pais” desses brinquedos, reuniu entusiastas em um espaço criado especialmente para troca de experiências e convivência entre os fãs das bonecas hiper-realistas.