
O exame de DNA das duas crianças vítimas de um incêndio residencial em Tapira, ocorrido na tarde desta sexta-feira (7), pode demorar de 30 a 90 dias. As informações são do Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama, que segue com os corpos.
As informações até o momento são de que a família das vítimas, possivelmente paraguaia, não apareceu no IML para que seja feita a coleta do material biológico. Geralmente os peritos coletam amostras de DNA de familiares próximos, como pai ou mãe ou irmãos.
Após isso, o material coletado – que pode ser extraído do sangue, saliva ou amostras de tecido – é enviado para um laboratório de genética forense em Curitiba. Como resultado, o parecer acaba saindo entre 30 a 90 dias depois. A média costuma ficar em 60 dias.
Ainda segundo o IML, os corpos estão em estado bastante carbonizados, o que impossibilita qualquer outro tipo de exame de reconhecimento das vítimas do incêndio que não seja por DNA. O Consulado afirmou à unidade que a família deve comparecer neste sábado (8).

O incêndio
O incêndio na residência matou duas crianças, com cerca de três anos, na Zona Rural de Tapira. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Umuarama, o imóvel ficou completamente destruído e algumas paredes ficaram em pé, além das vítimas, que estavam carbonizadas.
Segundo o Tenente Tiago, do 6º Subgrupamento de Bombeiros Independente (6º SGBI) de Umuarama, o Corpo de Bombeiros foi acionada por volta das 12h30 desta sexta pela Polícia Militar (PM) de Tapira. Nesse sentido, os policiais informaram sobre um incêndio com duas possíveis vítimas, de 3 anos de idade.
O quartel de Cruzeiro do Oeste encaminhou uma equipe com caminhão para Tapira e a unidade de Umuarama também se deslocou. Porém, o 6º SGBI fica cerca de 80 quilômetros distante do local do fato e o deslocamento demorou cerca de uma hora.
Os bombeiros realizaram o rescaldo do fogo e efetuaram o resguardo do local. A Polícia Científica compareceu junto com a equipe do Instituto Médico-Legal (IML), que recolheu os corpos das vítimas.

Suspeita de duplo homicídio
Uma mulher acabou presa por duplo homicídio culposo o incêndio que tirou a vida das crianças. A Polícia Civil (PCPR) fez a prisão da jovem, de 19 anos, que é mãe de um dos meninos e irmã do outro.
O delegado Douglas Miller Morais, da 19ª Delegacia Regional (DRP) de Cidade Gaúcha, divulgou informações sobre a situação. Na nota, ele relata que a equipe da 19ª DRP iniciou as diligências imediatamente, com o objetivo de coletar informações que pudessem esclarecer o caso.
“Durante as investigações, constatou-se que a mãe de uma das crianças/irmã da outra (mulher de 19 anos), também estava na casa no momento do incêndio. Questionanda, a citada mulher entrou em contradições em explicar os fatos”, informou o delegado.
Morais disse que a Polícia Civil ouviu a médica que prestou assistência à moradora da casa incendiada. A médica relatou que a mulher apresentava versões suspeitas sobre o fato. Os policiais também ouviram a assistente social que vinha acompanhando a família. Ela relatou que já tinha procedimentos para averiguar atos de negligência da mulher com as crianças.
“Por fim, em seu interrogatório, a mulher admitiu que as crianças tinham o costume de ‘brincar com fogo’. E não soube explicar o motivo por não ter tentado salvar as crianças. A polícia realizou a prisão em flagrante da mulher por duplo homicídio culposo, devido a sua obrigação de Garante”, explicou o delegado de Cidade Gaúcha.
A investigada foi entregue ao sistema penitenciário e a polícia deve seguir averiguando o caso. O homicídio culposo ocorre quando não há intenção de matar.